quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Educação da mãe determina sucesso dos filhos



                                             © D.R. Educação da mãe determina sucesso dos filhos

O nível de educação da mãe determina grande parte do sucesso acadêmico dos filhos, esta relação a ser especialmente visível nos campos das línguas e da matemática. Isto significa que ter um bebê após completar o nível de ensino que se pretende – seja ele a educação obrigatória ou para além disso – traz vantagens à criança desde muito cedo.

Em contrapartida, as mães adolescentes têm de juntar a todos os desafios de uma gravidez precoce um outro risco: o de afetar negativamente o futuro desempenho escolar do filho. Isto porque, afirmam investigadores de psicologia da Universidade do Michigan (EUA), não só na maioria dos casos as mães mais jovens abandonam a escola como, no futuro, não têm as capacidades nem a determinação para acompanhar o percurso acadêmico das crianças.

“As crianças nascidas quando a mãe terminou os seus estudos apresentam mais capacidade acadêmica desde o ensino pré-escolar e as suas notas são habitualmente mais altas a línguas e a matemática até ao 8.º ano de escolaridade”, garante Sandra Tang, a líder do estudo publicado no “Journal of Research on Adolescence”.

O trabalho teve por base uma amostra de 14 mil crianças, cujas notas de matemática, leitura e línguas foram avaliadas nos 3.º, 5.º e 8.º anos. Em paralelo, foram analisados os chamados “ecossistemas familiares”: idade da mãe, nível de escolaridade, expectativas em relação à criança e ainda a composição e o rendimento do agregado familiar.

Os resultados mostram que as mães que deram à luz durante a adolescência têm crianças que, em média, não atingem as mesmas notas do que os filhos de mulheres que engravidaram depois dos 19 anos, ou seja, após completarem o ensino secundário. E conforme o nível acadêmico das mães aumenta, melhores são as perspetivas para os filhos, que beneficiam de uma estrutura familiar propícia à aprendizagem.

“A gravidez adolescente não vai desaparecer num passe de mágica. Assim, se queremos que estas crianças tenham boas hipóteses acadêmicas, há que ajudar as mães a prosseguirem os seus estudos até ao nível que desejarem. Só desta forma elas poderão, mais tarde, ajudar os próprios filhos”, conclui Sandra Tang.