Aconteceu em 1999, o mecanismo chegou a reduzir os salários dos aposentados em até 40%.
O governo argumentava, à época, que a Previdência Social apresentava forte desequilíbrio entre receitas e despesas, nomeadamente porque as pessoas estavam vivendo mais, e como consequência, usufruindo da aposentadoria por mais tempo.
Logo após sua implementação, mais essa forma de exploração contra os trabalhadores, o senador Paulo Paim, PT apresentou um projeto de lei que poria fim ao Fator Previdenciário. Isso só ocorreu depois de uma forte mobilização dos aposentados ocupando o Congresso Nacional por diversas vezes. O projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional em maio de 2010.
Após a renovação da Câmara e do Senado, a medida precisava apenas da assinatura do presidente Lula para entrar em vigor. E eis que, no dia 15 de junho, o povão em festa, como aliás é normal no brasileiro, com a estreia da seleção brasileira de futebol na copa da África do Sul e fez o que já é habitual contra o povo. Lula vetou a medida que colocaria fim ao fator previdenciário e que beneficiaria, no mínimo, 10 milhões de trabalhadores e aposentados no Brasil.
A manutenção do fator previdenciário foi o que de pior o governo Lula e do PT poderiam fazer contra os trabalhadores. Isto deveria servir para desmentir a ideia de que Lula, PT e a atual presidente agora candidata, preocupam-se com os trabalhadores.
A atual presidente-candidata sim. Foi-lhe perguntado qual sua posição sobre o Fator Previdenciário à qual respondeu "Não vou acabar com o fator previdenciário no segundo mandato, nem tratei desta questão no primeiro", alegando ser uma "temeridade" mudar as regras. Isto dito por um representante de governo que cumpriu apenas 43% das promessas feitas em 2010, é preocupante que consiga reeleger-se, pelos menos para os aposentados, vítimas do nefasto fator previdenciário.
O que não resta nenhuma dúvida, os governos Lula e Dilma agiram exatamente igual ao anterior. Privilegiando banqueiros e especuladores já que o dinheiro que seria gasto com as aposentadorias dos trabalhadores acaba por ser utilizado no pagamento da dívida pública. Isso sem falar obviamente nas autorizações dadas ao BNDES para financiamento de obras em Cuba e outros países, que estão em vias de ocorrer, que bem poderia ser nos portos brasileiros, por exemplo.
* O governo tem um braço comprido e outro curto: o comprido serve para apanhar e chega a toda parte: o braço curto serve para dar e só alcança os mais chegados. - Ignazio Silone -